QUEM FOI ARIOSTO ESPINHEIRA? QUEM FOI ESSE HOMEM QUE FOI HOMENAGEADO COM
O NOME DE UMA ESCOLA HÁ 50 ANOS?
Ariosto
é carioca. Nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 28 de janeiro de 1904. Filho
de Dr. Álvaro Espinheira e de dona Hermengada Ribeiro Espinheira.
Os
estudos primários (hoje seria o fundamental) foram feitos em casa, com seus
pais e os secundários no Externato Burlamaqui Moura e no curso Boaventura. Fez
ainda os cursos na Escola Politécnica, na Escola Nacional de Belas Artes,
Especialização Pedagógica do Estado do Rio.
Membro
da Comissão Estatística do Departamento de Ensino; Diretor Municipal de
Instrução no Município de Vassouras; encarregado da radiofusão da seção de
museus e do Instituto de Pesquisas Educacionais do Departamento de Educação do
Distrito Federal (que na época era aqui no Rio de Janeiro, o Distrito Federal
só passou a ser em Brasília após 1960);foi
professor do: Externato Bulamaqui Moura, do Curso Normal de
Preparatórios, do Instituto Jurema, do Instituto Lafayete, do Ginásio Pio
Americano, do Ginásio Valenviano São José (Valença), do Liceu Comercial da
Associação dos Empregados do Comércio, do Colégio Mallet Soares: professor
suplementar do Colégio Pedro II, da Escola Técnica Secundária da Prefeitura do
Distrito Federal (RJ), com exercício na Escola Amaro Cavalcanti e na Escola
técnica Secundária Paulo de Frontin; Diretor Secretário do Ginásio Municipal de
Valença; Vice Diretor do Instituto Jurema; examinador oficial do antigo
Departamento Nacional do Ensino; auxiliar das seções de Museus e Radiofusão e
de Pesquisas Educacionais do departamento de educação da Prefeitura do Distrito
Federal (RJ); delegado do Estado do Rio de Janeiro à 5ª Conferência Nacional de
Educação; secretário da comissão rádio-educativa da Confederação Brasileira de
Radiofusão; diretor cultural da Rádio Jornal do Brasil; organizador de
programas: infantil, do “professor” e das “mães”, dessa Radiotransmissora.
Colaborou
em vários jornais.
Foi
autor de vários livros didáticos, entre eles INFÂNCIA BRASILEIRA.
Faleceu
no Rio de Janeiro em 7 de novembro de 1961.
Boiadeiro, s/d
Zélio Andrezzo (Brasil, 1948)
Óleo sobre tela
O vaqueiro
Ariosto Espinheira
Nos campos de criação de nossa terra
vivem homens simples e bons, que cuidam de nossos rebanhos. São os campeiros e os vaqueiros, que moram em cabanas de
madeira ou de barro, cobertas de palmas de coqueiros, ou de sapé.
De perneiras, calças largas,
guarda-peito, gibão (espécie de casaco curto) e chapéu de couro curtido; cinto
de couro donde pende a faca comprida; uma longa vara com ponta de ferro;
montados em cavalos pequenos e fortes; pernas descansadas nas pontas dos pés,
presos aos estribos de ferro batido; guampa (chifre trabalhado a canivete,
preso por uma tira de couro, que serve de copo) e laço, pendurados na sela, os campeiros e os vaqueiros passam os dias, e às vezes as
noites, vigiando os animais que pastam.
Se algum animal foge ou se a boiada
debanda, os vaqueiros correm velozes, sem ver os perigos, vencendo todos os
obstáculos, até cercar e reunir todos os animais.
Viajam, às vezes, dias e dias,
conduzindo o gado para os matadouros, onde é morto para fornecer carne e outros
produtos às cidades.
Nas horas de descanso, os vaqueiros
tocam a viola e a flauta, cantando e fazendo desafios. São homens destemidos,
que vivem sem o conforto das cidades, debaixo de sol escaldante, com poucos
recursos, trabalhando pela nossa terra.
-
Em: Criança Brasileira, admissão e 5ª
série, Theobaldo Miranda Santos, Rio de Janeiro, Editora Agir: 1949.